quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

UM PASSEIO A 4 PONTOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO.







UM PASSEIO A 4 PONTOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO.




Lixo às margens do Rio São Francisco
Mata ciliar cobrindo as margens
                                               

Afluente do Rio São Francisco utilizado como esgoto                                                 
Placa muito pequena e ignorada pelos transeuntes...


Não imaginava como seria conhecer alguns pontos de uma bacia hidrográfica. O projecto tecendo as aguas me proporcionou um passeio de apreciação a quatro pontos da bacia hidrográfica São Francisco localizada na costa norte de São Sebastião abrangendo os bairros da Cigarras, Figueira, São Francisco, Morro do Abrigo, Portal da Olaria, Arrastão, Reserva do Moulin, Portal da Cruz e Praia Deserta.
O passeio com o grupo de educomunicação/rádio foi sensacional; particularmente tive a oportunidade de ver de perto algumas realidades boas e más que me tocaram muito...
O Rio São Francisco conhecido popularmente como Pereque Mirim, Chicão, Chiquinho é um Rio formidável, repleto de vida e muito utilizado pela população que sem os devidos cuidados abusa e desrespeita sua natureza abundante.
Dos quatro pontos visitados no nosso passeio, em um deles passamos por um afluente que me inspirou, não só a mim como a mais pessoas do grupo, pelo excesso de natureza, numa proximidade que chegava a embriagar, pelo barulho fresco as águas que rolavam continuamente batendo sobre pedras, despejando um som borbulhante, se pronunciando quase como um canto suave e belo. Pude com os olhos fechados saborear momentos muito significativos de harmonia com a natureza circundante.
Ao abrir os olhos, num primeiro olhar pude notar o pequeno afluente preso num beco entre algumas casas construídas irregularmente deslizando apertado entre margens floridas.
O odor me chamou atenção para uma percepção mais aguçada que reflectiu o mal, o abuso da população vizinha que joga diariamente sobre o vigoroso afluente directamente seus dejectos tentando transformá-lo num esgoto a céu aberto.
Em outro ponto da bacia visitado pelo grupo onde o rio parece nascer, rumo à ETA (Sabesp) São Francisco nada revelou que lá existisse um rio. O mato cobre o fio de água que dança sobre as pedras numa constância apagada, nublada pelo mato nas margens e pelo lixo que é lançado ao local sagrado.
No terceiro ponto visitado o pereque Mirim me pareceu fantasiado, transformado, servindo de esgoto agora para casas construídas em local regularizado. Tão dissimulado, tornou se invisível.
Finalmente o último ponto do nosso passeio foi a foz desse rio principal, que com seus contribuintes e afluentes forma um grande mosaico de vida cujas nascentes estão na encosta da serra do mar.
Em sua foz emocionada corri a beira do mar onde o Rio despeja sua água e com as mãos em conchas tentava apanhar um pouco de seu corpo. Mas fui retirada apressadamente pelo grupo do Projecto tecendo as águas de forma tal que me assustei. Disseram-me que as águas do Rio eram perigosas por estarem poluídas por todos os tipos de bactérias.
Chorando me despedi do queridíssimo Chiquinho, Chicão, Pereque Mirim, Rio São Francisco.